MATEMÁTICA DA JÔ

Blog feito com carinho para meus alunos e a todos que gostam da Matemática. Vamos ter desafios (com prêmios)simulados e regras básicas para a Matemática.

sábado, 13 de novembro de 2010

Matemática, Monstros e Significativos


  1. Matemática, Monstros, Significados e Educação Matemática Seminário apresentado por Andréa Thees baseado no texto de Rômulo Campos Lins UFF – Especialização Matemática Disciplina: Prática Pedagógica – Educação Matemática Prof.: Wanderley Maio / 2006
  2. 1. Apresentando o quadro geral
    • Dificuldade de alguns alunos para passar de ano em Matemática;
    • A correlação entre gostar ou não de cada “matéria” e gostar ou não do professor;
    • A Matemática da escola só existe dentro da escola, influenciando na sua aceitação ou rejeição, associada a gostar ou não do professor.
  3. A Matemática do cotidiano...
    • Traz a vida real para as aulas de Matemática;
    • Utiliza recursos pedagógicos como Modelagem Matemática, Etnomatemática e contextualizações;
    • Diminui a distância entre as salas de aula e a vida das pessoas;
    • Usa o lema: não basta aprender primeiro e aplicar depois.
  4. O estranhamento entre a Matemática acadêmica e a Matemática da rua IGNORA DESAUTORIZA
    • Na prática, o aluno chega à escola e deixa sua vivência do lado de fora da sala de aula.
  5. A “Teoria dos Monstros”
    • Conjunto de idéias que se desenvolveu no âmbito da literatura que tem monstros entre seus personagens (Drácula, Frankstein, etc.);
    • Foi abraçada por pensadores da área de Estudos Culturais para estudo das culturas através dos monstros que ela gera;
    • Rômulo utiliza a teoria para examinar de que forma monstros podem ter um papel de regulador da diferença entre duas “culturas”: da Matemática do matemático – da escola – e da Matemática da rua.
  6. Traçando o plano geral
    • Esse estranhamento é construído por processos de produção de significado.
    MONSTROS DE ESTIMAÇÃO JARDIM DO MATEMÁTICO
  7. O argumento do autor
    • O fracasso de tantos com relação à Matemática escolar não é um fracasso de quem não consegue aprender embora tente , e sim um sintoma de uma recusa em sequer se aproximar daquelas coisas.
    • Uma espécie de auto-exclusão induzida.
  8. 2. A Matemática do matemático
    • É resultado de um esforço (processo histórico) de colar significados a significantes;
    • Define objetos, onde não cabe discussão sobre suas aplicações;
    • É internalista , teórica e abstrata;
    • Tem-se a idéia de ser uma ciência das situações possíveis ou hipotéticas.
  9. Um pouco de História...
    • A Matemática dos matemáticos não é resultado de um progresso linear;
    • Antes do século XIX, a Matemática servia a quem dela precisasse;
    • Todo mundo se sentia autorizado a dar palpites – de certo modo era como é a educação hoje;
    • Em meados do século XIX, surge um processo de depuração profissional.
  10. E a partir do século XX...
    • A Matemática foi profissionalizada;
    • A autoridade está constituída na existência de uma instituição cultural;
    • Ficou estabelecido quem pode falar disso propriamente;
    • O internalismo coloca o matemático na posição de um deus;
    • Confirma a existência do “portão da diferença”.
  11. 3. Monstros
    • São familiares na cultura popular;
    • Eles não são deste mundo;
    • Não seguem regras deste mundo;
    • Não sabemos como eles funcionam;
    • Nos deixam paralisados, por serem diferentes e monstruosos. É a partir do mundo humano que produzimos significado para o mundo das coisas, e não ao contrário.
  12. Como podemos comunicar a nossos colegas educadores...
    • Que desistimos de pensar em uma ação educativa efetiva? Sem sugerir o desânimo?
    • Que toda intenção de melhoria vai escorrer por entre nossos dedos? Não importa se é para melhorar?
    • MONSTROS...
  13. 3.1. O corpo do monstro é um corpo cultural
    • Ao encontrar o monstro, não estamos preparados, nem pela vida, nem pela escola a lidar com essa situação;
    • Um encontro crítico, assim como o encontro do professor com os alunos é crítico para o professor;
    • Apesar desse monstro não ser familiar pode tornar-se, por ser cultural.
  14. 3.2. O monstro sempre escapa
    • Quem persegue o monstro até o final?
    • É mais fácil dar aulas expositivas e manter os monstros de lado;
    • É quando ocorre um processo de seleção e exclusão exercido pela Matemática.
  15. 3.3. O monstro é o arauto da crise de categorias
    • O monstro aparece porque já era possível;
    • O encontro com o monstro é algo que já existia, era concebido, mas não totalmente;
    • É a crise no sistema de categorias, sua falência de fazer o mundo ter um sentido mais confortável;
    • Não conseguimos produzir significados familiares.
  16. 3.4. O monstro mora nos portões da diferença
    • Criamos os monstros e queremos que eles fiquem “para lá”, para além dos portões da diferença;
    • Como o monstro não é universal, para alguém talvez ele nem seja monstro;
    • Inversão de conceitos: o monstro que eu mesmo crio pode estar a serviço de mais alguém que não apenas eu – possibilidade de existir sucesso.
  17. 3.5. O monstro policia as fronteiras do possível
    • O monstro policia a entrada no Jardim do Matemático e, o que era limite, agora é obstáculo;
    • O monstro não policia a normalidade, ele está no terreno de outro, policiando a racionalidade de outro;
    • Quem me impede de entrar lá sou eu mesmo, pois fico parado e digo a mim mesmo: “não sei o que fazer” “Que não entre aqui aquele que é ignorante da Geometria” (frase no portal da entrada da Academia de Euclides)
  18. 3.6. O medo do monstro é realmente uma espécie de desejo
    • Efeito de atração que cria uma importância para o matemático;
    • A lógica do desejo – aquilo é desejável porque poucos têm;
    • O desejo não consumado – manter segredo sobre os monstros de estimação;
    • Será que a Matemática receberia tanta atenção, se fôssemos todos inteligentes e freqüentadores do Jardim do Matemático?
  19. 3.7. O monstro está situado no limiar do tornar-se
    • Em Educação Matemática, o tal estranhamento vai contra a intenção de “facilitar” a vida escolar do aluno;
    • Limiar do tornar-se – a aceitação da diferença e a possível admissão do diferente;
    • Para o aluno, isto quer dizer ser ouvido; para o professor, isto quer dizer ouvir (ou olhar para alguém com a intenção de fazer algo a respeito – a hyouka, dos professores japoneses).
  20. 4. Significados
    • Objeto – é algo a respeito de que se pode dizer algo;
    • Significado – é aquilo que se pode e efetivamente se diz de uma coisa no interior de uma atividade;
    • Como é que uma coisa, um monstro, pode ser duas coisas diferentes? Uma para quem freqüenta e outra para quem não freqüenta o Jardim do Matemático?
  21. Algumas considerações
    • Os matemáticos criaram e ainda criam uma reserva de mercado;
    • Uma mesma “coisa” pode ter significados diferentes, sendo um monstro monstruoso e um monstro de estimação;
    • O estranhamento causado pela enorme distância entre alguns “fatos” matemáticos e a vida comum;
    • A reprovação acaba sendo um recurso adotado para aliviar a pressão sobre o professor.
    • Existe a necessidade de discutir quem, e de que forma, controla o discurso;
    • Em relação à produção de significado, o que o matemático diz não pode ser dito por qualquer um;
    • Nem sempre o matemático foi um matemático – ele tornou-se um.
  22. 5. Educação Matemática
    • Propõe transformar o monstro monstruoso em monstro de estimação;
    • Reconhece que existe uma gradação no grupo que “não consegue”;
    • Cria um ambiente em sala de aula que permite o tornar-se possível;
    • Permite lidar com a diferença e tratar dela;
    • Exercer uma educação através da Matemática, escolhendo conteúdos úteis nessa empreitada e não apenas uma escolha “do que deve ser ensinado”.
  23. Debate e reflexão
    • Das 7 teses apresentadas, qual teve mais significado para você?
    • Você já esteve passeando pelo Jardim do Matemático? E fora dele?
    • Será que estamos conseguindo transformar os monstros monstruosos em monstros de estimação para nossos alunos?
  24. FIM
    • Tantos monstros quanto possamos ter em nossa sala de aula. É isso que precisamos ter em mente. Não como um objetivo único, mas como uma direção interessante e frutífera.
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